sexta-feira, 30 de março de 2018 53 comentários

Vaidade: Sentimento não tolerado pela Umbanda


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    A Umbanda, assim como já sabemos, é uma religião voltada a fazer à caridade, o amor, a paz, a justiça, mas ela está voltada principalmente para a humildade.

    Mas ao contrario do que nossa amada religião prega sobre humildade, muitas pessoas que se dizem umbandista, levam dentro de si a vaidade extrema, tentando demonstrar isso dentro de terreiros, templos, tendas, barracões e casas de Umbanda.

    Certamente pessoas assim não aprenderam nada com as Entidades de Luz, que demonstram com sabedoria a pratica da humildade, e de nunca deixar o vício da vaidade tomar conta de seus corações.

    É impossível para nós que cremos na Umbanda, entender que um filho de uma casa, seja ela qual for não perceba que a maior lição das Entidades de Luz não é demonstrar a vaidade através de roupas belas, guias e mais guias no pescoço, grandes cigarrilhas, bebidas caras, danças exóticas, e com tudo isso uma mistificação sem igual.

    Muito triste para nós umbandistas vermos irmãos trajados com ternos impecáveis, vestidos caríssimos, chapéus e sapatos sempre de ótima qualidade, apenas para aparecerem mais que os outros médiuns em uma vaidade descomunal.

    E esses ainda fazem questão de serem filmados, homenageados, idolatrados, sem o menor pudor, sem o menor constrangimento, sem a menor vergonha na cara, esquecendo tudo que a Umbanda ensina tudo que ela prega tudo que ela demonstra através de suas Entidades de Luz.

    A todos que buscam respostas pela luz da religião de Umbanda, aqui vou dar uma bem simples de se entender:

    Nenhuma Entidade de Luz da Umbanda seja ela um Caboclo, um Boiadeiro, um Erê, um Preto Velho, um Cigano, um Malandro, um Exú ou uma Pombo Gira, nenhuma dessas divindades vai impor que um médium coloque vestes especiais, nenhuma vai autorizar que esses médiuns, se dizendo incorporados, fiquem fazendo teatro pedindo que sejam filmados, gravados, fotografados, para mostrarem suas roupas brilhantes, coloridas. Nenhuma Entidade de Luz irá ficar incorporado na coroa de um médium para dar entrevistas ou passar mensagens através de qualquer tipo de mídia.

    Isso tudo é mistificação, é demonstração de vaidade, pura vaidade de médiuns não preparados, ignorantes e que desconhecem a essência da religião de Umbanda.

    Hoje é muito fácil observar essas tristes demonstrações de vaidade, basta estar em um terreiro, em uma Gira qualquer, o médium se dizendo estar incorporado com tal Entidade de Luz, se esse médium perceber alguém filmando, ele desejará se tornar o centro das atenções, começando a dançar sem noção nenhuma, a falar mais alto, a gargalhar, a rodar, a mostrar sua roupa colorida, enfim, fica totalmente entregue a obsessores da vaidade, quebrando a Gira, atrapalhando os trabalhos, e logicamente prejudicando os consulentes, que estão ali por alguma necessidade.

    A vaidade não é tolerada pela Umbanda, assim como seus médiuns vaidosos também não são.

    A Entidade tem a consciência que não existe um Guia mais poderoso que outro, que todos têm a mesma luz concedida por Deus, para ali estarem e para sanar as necessidades de quem é merecedor. Porém os médiuns vaidosos passam por cima de suas próprias Entidades de Coroa, e fazem questão de mostrarem que tem na Coroa uma Entidade mais poderosa do terreiro. E assim fazendo esses médiuns estão afastando as suas Entidades, e dando aberturas para espíritos Zombeteiros, e esses dominam esses mistificadores fazendo-os acreditar em coisas não existentes, como ser o melhor da casa, e assim, claro, fazendo a vaidade aumentar cada vez mais, até que essa vaidade engula o próprio médium vaidoso, fazendo-o se tornar apenas um fantoche nas mãos dos espíritos Zombeteiros.
    Devemos entender que a vaidade significa a qualidade do que é vão algo vazio, firmado apenas sobre aparência ilusória.

    A vaidade nada mais é que uma valorização que se atribui a própria aparência, ou qualquer outra qualidade física ou mesmo intelectual, que é fundamentada apenas no desejo de avaliação muito lisonjeira que alguém tem de si mesmo, extrema falta de modéstia, grandiosa presunção, idolatração as coisas insignificantes, as futilidades, ao desejo de ser maior ou melhor que tudo e todos.

    Infelizmente, em médiuns de menos idade, os que estão se iniciando no desenvolvimento, os inexperientes, que ainda desconhecem os fundamentos da religião de Umbanda, a vaidade é o traço vicioso do ego mais fácil de identificar, sendo assim devemos tentar mostrar sempre que vaidade e Umbanda não se combinam, pois como a própria definição nos aponta, a vaidade é vazia e mentirosa, e em um âmbito espiritual, acharmos que somos melhores que os outros porque nosso Guia faz algo interessante, ou que devemos estar com as melhores roupas de caracterização de uma Entidade, ou devemos ostentar melhores bebidas, dizendo que foi pedido do Guia, ou mesmo ainda usarmos adereços sem noção e nexo, apenas para tentar demonstrar beleza, e assim chamar atenção. Isso tudo só funciona para cortar a sintonia entre o médium e a religião, que sabemos que um dos principais pilares é a humildade.

    Portanto senhores médiuns que se deixam ser levados pelo desonroso sentimento de vaidade, parem de querer esse desejo de serem artistas, de serem modelos, de serem entrevistados como famosos, de ficarem tentando aparecer nas ruas trajando roupas caracterizadas como as Entidades de Luz, pois os médiuns são apenas mensageiros, apenas auxiliadores das forças verdadeiras que são os Guias.

    Finalizando devemos lembrar sempre que para estarmos em um terreiro de Umbanda, precisamos nos aliar diariamente a humildade, ao espírito de sacrifício e a caridade total.

    Essa caminhada é árdua, difícil, muitas vezes dolorida e não tem espaço para que se permita um desvio para o orgulho e principalmente para a vaidade.

    Sejamos humildes, humildes ao ponto de sermos escolhidos a entregar nossa Coroa a uma verdadeira Entidade de Luz, e não a espíritos Zombeteiros, como muitos médiuns vem fazendo através de sua vaidade extrema, e usando o nome lindo da nossa amada Umbanda.

    Reflita muito sobre isso!

Carlos de Ogum

terça-feira, 20 de março de 2018 42 comentários

A Umbanda Ensina. Será que nós aprendemos



 A Umbanda é uma religião voltada exclusivamente a Deus e seus trabalhadores em prol da caridade, e ela nos passa milhares de lições, ensinamentos que nos leva a entender a verdadeira caridade, a verdadeira humildade, a verdadeira paz, o verdadeiro amor, e o verdadeiro religamento com o Pai Maior, nosso amado Deus.

    Mas será que aprendemos?

    Será que estamos dispostos a aprender?

    Pelo que parece não.

    Milhares de pessoas se dizem umbandistas, ou consulentes de Umbanda, porém acreditam em uma Umbanda que não condiz com a verdadeira religião. Muitos creem que ela está ali para sanar seus problemas imaginários, seus desejos descabidos, suas vinganças inventadas, enfim, tudo referente a sua vontade própria, buscando passar por cima de tudo e de todos, principalmente do livre arbítrio de seu semelhante, coisa que a Umbanda respeita extremamente.

    Aquele que procura a Umbanda para os ditos trabalhos de amarração, de vingança, ou para atormentar um semelhante, enfim entre tantas maldades que criam na cabeça dos seres humanos, devem entender que a Umbanda não aceita esses tipos de colocações, suas Entidades de Luz trabalham exclusivamente para a paz, a saúde, a evolução, a caridade e o amor. E se alguém disser que é umbandista e estiver pregando ao contrário dessas colocações, não é e nunca foi umbandista.

    Devemos ter em mente que o que gira em torno da Umbanda são os Orixás, as Entidades de Luz e principalmente Deus, sendo assim temos que entender as essências dessas divindades, assim como já temos muitos conhecimentos sobre a essência de nosso amado Deus.

    Vamos exemplificar o que estamos tentando passar, e para isso vamos dar início falando dos Orixás de Umbanda.

    Sabemos que temos muitos erros, e temos a convicção de que isso pode nos atrasar dentro da evolução espiritual, sendo assim os Orixás tentam nos passar, através da Umbanda, muitos ensinamentos e lições, porém muitos de nós não entendemos que essas colocações devem ser seguidas de uma forma convicta.

    Abaixo faremos um resumo com o nome do Orixá, e o que ele deseja que seja aprendido por nós.

OXALÁ: Deseja que aprendamos a calma, a serenidade, a mansidão. Tenta nos passar que a luz de Deus é algo divino, e que devemos nos manter em oração independente dos problemas que surgem.

    Porém muitos de nós não entendemos essa colocação, nos desesperamos por tudo, reclamamos por nada, culpamos a Deus por muitas coisas sem nexo. Ou seja, estamos indo ao contrário do que é nos mostrado por Pai Oxalá.


OGUM: O ensinamento de Ogum a nós é a disciplina e a determinação. Devemos ser guerreiros, buscar soluções, não desistir nunca, sermos vencedores nas buscas de nossos objetivos.

    Porém somos fracos quando nos deparamos com algum obstáculo, nos entregamos facilmente ao desânimo, e não mantemos a disciplina em nossa vida, e assim muitos infelizmente se entregam aos vícios, vícios esses que são saídas falsas para os que tem falta de coragem de lutar, assim como ensina Pai Ogum.


OXOSSI: Nos ensina a termos paciência e o desprendimento, devemos entender que tudo tem a hora certa e não é nossa ansiedade que vai adiantar as coisas que achamos que merecemos. Além disso temos por obrigação em saber que nem tudo que achamos que merecemos, realmente é de nosso merecimento.

    Devemos nos desprender das coisas materiais, entendendo que podemos sim tê-las, porém esses mesmos bens materiais não podem nos dominar a ponto de não valorizarmos mais nossos semelhantes, e apenas o material.

    Porém não é assim que nós encarnados falhos vemos a vida, a falta de paciência em tudo e com todos nos domina, e o apego as coisas materiais nos afasta de Deus a ponto de muito de nós usarmos o nome do Pai Maior para adquirir mais e mais bens econômicos, e após conseguirmos, simplesmente nos esquecemos da existência de Deus. E assim estaremos saindo totalmente da linha de ensinamento de Pai Oxossi.


XANGÔ: Nos ensina a necessidade da observação, da liderança, de usarmos a inteligência e sermos coerentes com a justiça. Ele nos mostra os caminhos que devemos seguir para atingirmos determinados objetivos a conquistar. Prega a todos a importância da honestidade, e que ninguém pode estar acima da justiça de Deus.

    Porém nós como pessoas individualistas nunca buscamos seguir os caminhos mostrados por Xangô, estamos sempre a contramão da justiça, usando sempre a lei da vantagem. Nunca observamos os fatos profundamente antes de julgarmos um semelhante, deixamos de usar a inteligência de uma forma coerente para nos colocarmos a contravento das coisas corretas, apenas com intuito de buscar alguma vantagem própria. E assim vamos ao caminho contrário das lições de Pai Xangô.


OBALUAIÊ/OMULÚ: Nos ensina que mesmo nas maiores adversidades poderemos sair vencedores, que devemos respeitar nosso próprio corpo, que devemos entender que a morte não é o fim da caminhada, e apenas um novo início.

   Obaluaiê/Omulú ainda nos mostra que a vida é a maior benção que Deus, nosso Pai Maior, pode nos conceder.

    Porém nós nos entregamos a falta de fé nos mínimos obstáculos em nossa frente, reclamamos de tudo e de todos, nos entregamos a promiscuidade, deixamos ser levados por obsessores viciosos, deprimimos por coisas sem nexo, e ainda não respeitamos a Deus quando achamos que o suicídio é a saída para problemas que nossa mente cria. E assim estamos na contramão dos ensinamentos e lições de Pai Obaluaiê/Omulú.


IANSÃ: Nos ensina a termos coragem e lutar contra as atribulações do dia a dia. Nos mostra que devemos nos manter erguidos na fé, lutar sem esmorecer, sermos precavidos, audaciosos, guerreiros.

    Porém nós somos fracos, sem fé, sem atitude, e nos entregamos facilmente. Deus nos dá a cruz que ele tem certeza que podemos carregar, e nós ainda assim reclamamos do Pai. E dessa forma estamos indo em desencontro com os ensinamentos de Mãe Iansã.


IEMANJÁ: Nos ensina termos consciência e altruísmo, nos mostra a alegria que devemos ter com coisas pequenas, nos mostra como ser com nossos semelhantes, a como ter forças para a caridade, a sermos luz a quem necessita.

    Porém somos na maioria das vezes egoístas, injustos, esquecemos que a solidariedade deve ser praticada, que só grandes feitos podem nos alegrar, que ser caridoso só se isso vier de mão dupla, esquecendo que o bem deve ser feito sem olhar a quem. E dessa forma vamos ao caminho contrário de Mãe Iemanjá.


OXUM: Nos mostra como lição o valor da família, do amor, da paz, da honestidade. Ela nos ensina que os homens devem valorizar as mulheres, e as mulheres deves saber que elas tem seu valor e sua estima, e assim Deus se faz presente na convivência de ambos, fazendo com que a família seja valorizada extremamente.

    Porém nós nos tornamos seres cheios de ódio, idolatramos a perversidade, aplaudimos a guerra, viramos desonestos pela ganância, nos decaímos nas mãos da promiscuidade, homens creem que a mulher é objeto de sanar seus desejos animalescos, e mulheres se entregam a um falso prazer carnal a qualquer hora e com qualquer um. E assim nos afastamos das grandes lições de Mãe Oxum.


NANÃ BURUQUÊ: Nos ensina a termos amor-próprio, a nos preservar, a não sermos levados a caminhos promíscuos, a sermos coerentes, seguros, e não imaturos. Ela nos mostra a importância da fidelidade, da família, do desapego, da caridade, do compartilhamento. Está sempre nos abrindo portas para o entendimento da vida, e de nos religarmos a Deus. Nos ensina também a compreensão para cada momento difícil de nossa caminhada como encarnados e nos dá a mão quando estamos prestes a desencarnar.

    Porém nós nos colocamos em situações de infidelidades, não preservamos nosso corpo, nos entregamos as promiscuidades, vivemos como se não pensássemos, somos imaturos, não caridosos, viciosos, apegados as coisas supérfluas.

    Nos entregamos ao desespero por tudo e por qualquer coisa, perdemos facilmente a fé, e culpamos a Deus pelas desventuras que possivelmente poderemos ter. E assim estamos andando ao contrário das lições de Mãe Nanã Buruquê.

    E assim vimos as lições dadas pelos Orixás de Umbanda, e que muitas vezes nós fazemos questão de não aprender, e por muitas e muitas vezes buscamos sofrimentos, pelo simples fato de não tentar buscar entender a Umbanda.

    E sabemos também que a Umbanda nos ensina muitas coisas através das lições dadas pelas suas Entidades de Luz, tanto na vida como encarnados, quanto no tempo de divindade delas. E assim resumiremos algumas lições dessas amadas Entidades, a nós seres tão imperfeitos.

PRETO VELHO: Nos ensina através da Umbanda a sermos caridosos, serenos e principalmente humildes, nos mostra a importância de ouvir nossos semelhantes, não julgar, e nos ensina o caminho para chegar a Deus através das orações feitas com fé.

CABOCLOS: Nos ensinam a lutar pelo nosso objetivo, nos mostram que devemos ser fortes e persistentes, que a união faz a força, e que sozinhos não iremos longe.

BOIADEIROS: Nos ensinam a usar a força na hora certa, respeitar os mais fortes, preservar nossa vida, encontrar caminhos quando perdidos, sermos fiéis as leis de Deus.

ERÊS: Nos ensinam a pureza, o respeito, a alegria, a importância do abraço, a respeitar os idosos, a nos encontrarmos com o Pai Maior através da fé.

MALANDROS: Nos ensinam a sair de problemas usando apenas o dom da palavra e da conversa. Nos mostra a importância da amizade verdadeira, da caridade a nossos semelhantes, de não termos preconceitos, de vivermos para o bem independente de nossa situação. Nos mostra que devemos nos afastar de nossos vícios, tantos físicos quanto espirituais, e devemos ser batalhadores por causas justas, mesmo que essas causas sejam por uma minoria.

CIGANOS: Nos ensinam a importância da união, da família, da hierarquia. Nos mostram caminhos da fé, nos ensinam a sermos mais sagazes, espertos e fiéis as tradições. Nos dão lições para buscarmos nosso objetivo, não nos deixar abater pela derrota, e não esmorecer em tempos difíceis.

EXÚS E POMBO GIRAS: Nos ensinam a autopreservação, o respeito pelas diferenças alheias, o altruísmo, o perdão, a caridade, a luta, a busca por objetivos, a paciência, a alegria, a razão.


    E mesmo a Umbanda através de sua luz, de seus Orixás e de suas Entidades divinas nos passando dia após dia esses ensinamentos, nós não aprendemos, pois teimamos em errar em várias coisas, atos e ações. Mas a Umbanda está ai, com sua paciência, sua devoção e seu amor pelos seus filhos, que mesmo teimosos são abraçados pelos braços amorosos dessa amada religião.

    Portanto amigos umbandistas, vamos fazer o impossível para aprendermos essas lições de nossa religião amada, e começarmos a melhorar de dentro para fora, e assim com toda certeza fazermos um mundo muito melhor.


    Salve a Umbanda amada!

    Salve os Orixás de Umbanda!

    Salve as doces e lindas Entidades de Luz da Umbanda!

Carlos de Ogum


sábado, 10 de março de 2018 37 comentários

Função difícil... O Desapego


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    A Umbanda é uma maravilhosa religião que nos mostra tantos caminhos para melhorarmos como pessoa e como espírito, e ela também coloca em nosso entendimento que devemos tentar mudar sempre para podermos seguir por um caminho mais iluminado, naquilo que Deus deseja nos passar através de seus Anjos, Anjos como os Orixás e as Entidades de Luz.

    Um desses grandes ensinamentos da Umbanda é o desapego, e ela, a Umbanda, que nos mostra que devemos refletir muito antes de levarmos ao extremo as falas como: "Isso é meu. Eu faço. Eu sou. Eu tenho. Eu sei. Eu quero." Pois além dessas frases nos colocarem como apegados as coisas normalmente inúteis para nossa evolução espiritual, ainda nos torna extremamente prepotentes.

    Sabemos que nós seres humanos somos falhos, sabemos que temos muitos erros, vícios, atos e ações que vão a desencontro com o que deveríamos estabelecer em nossas vidas para podermos ter uma evolução verdadeira, porém deixamos nos levar por esses erros sem muitas vezes nem tentarmos acertar, talvez por receio de perdermos alguma coisa que acreditamos ser importante para nós, e ai que entra a palavra "desapego".

    Temos que entender que necessitamos aprender a lição do desapego, pois como sabemos a matéria é transitória, passa como um sopro de vento; sabemos que somos apenas grãos de areia, e mais dia ou menos dia esse grão se vai com o vento, pois assim é a natureza: nascemos, vivemos e desencarnamos, não há como fugir disso.

    Portanto devemos viver de acordo com a frase espiritualista, que é: "Viva no mundo, mas não seja dele", ou seja, devemos nos focar em nossa postura, em nossas ações e não em que valor temos em um banco, ou que automóvel temos, ou mesmo ainda nas roupas que vestimos.

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    Ao deixarmos bens materiais, pessoais, ou qualquer tipo de apego em coisas supérfluas que envolve nossa vida ser maior que a nossa caridade, ao nosso apego a uma verdadeira causa do bem, sem as dores e agonias da melancolia de deixarmos certas coisas para trás.

    Devemos entender que qualquer caminho espiritual está, e deverá alicerçado pela pedra base do desapego, e certamente a Umbanda não é diferente, pois sendo uma religião da humildade, da caridade, e do amor, o desapego é uma linha benéfica a seguir para assim podermos chegar rumo aos braços de Deus nosso Pai Maior.

    A Religião de Umbanda nunca condenará um filho por estar na busca da tranquilidade e estabilidade de vida pessoal e familiar, porém devemos entender que temos que nos manter limitados nessa caminhada, para que sim possamos ter a tranquilidade, mas não devemos colocar essa busca de tranquilidade acima de nossas convicções espirituais e religiosas.

    Essa busca também deve ser colocada nas perdas pessoais, devemos saber que temos que nos desapegar daqueles que já cumpriram seu tempo nessa encarnação, pois ela deve ser uma chama devoradora do valor exacerbado dado a tudo isso. Deve ser como um vento amoroso a lhe mostrar que pessoas vêm e vão, nascem e morrem na carne, mas em espírito e consciência são eternos e nada pode matá-los. Que nada levamos desse mundo, a não ser os tesouros do coração.

    Não se sinta culpado em sentir saudades, porém a saudade deve ser dos bons momentos com nossos entes amados, e não ficarmos regrando sofrimentos eternizados pela perda.

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    Dentro das Giras de Umbanda, isso é uma das coisas mais básicas que uma Entidade de Luz nos passa, porém é uma das coisas mais importantes dentro da religião de Umbanda.

    Agora certamente se isso é passado com tanta firmeza dentro das Giras pelas Entidades de Luz, e o consulente não entender essa colocação e continuar apegado, ou a bens materiais, ou aos entes desencarnados, ou a qualquer coisa que possa o levar a distanciar-se da espiritualidade, esse consulente não está enxergando firmemente o tesouro espiritual ensinado a ele, certamente está ligado a outros supostos tesouros que não são ligados a espiritualidade.

    Quando conseguirmos ter essa liberdade do desapego, a Umbanda vai ser outra perante nossos olhos, pois duvidas não teremos mais, em nosso ser vai nascer um amor mais puro e verdadeiro, a caridade virá naturalmente, aquela sensação de cobrança sobre os trabalhos desaparecerá e simplesmente se beneficiará pela presença das Entidades de Luz, captando mais as mensagens dessas divindades, aproveitando muito melhor as lições dadas, sem o interesse extremo de estar na Umbanda para ganhar algo material. E aos olhos da espiritualidade, a Umbanda não terá uma troca a fazer com você, não está ali para te oferecer magias, amarrações, feitiçarias, assim como muitos consulentes imaginam, porém estará ali para completar seu ser, sua alma, seu espírito, com bondade, amor, paz, caridade, e paremos para refletir, que ai sim reside um maravilhoso milagre, pois junto com o desapego virá à verdadeira felicidade que nasce da verdadeira tranquilidade.

    Portanto reflita, se buscares a Umbanda para melhorar sua vida econômica através de um passe de mágica, ou desejar resolver seus problemas com um estalar de dedos, não se dando conta que você está apegado a bens materiais, a status, a pessoas, a falsos amores, a ganância, enfim, a tudo que o ser humano se apega como se fosse de seu direito, infelizmente tenho que dizer que esse não é o caminho para estar dentro da Umbanda, essa forma de pensamento nunca seria um caminho espiritual.

    Para finalizar gostaria de frisar que prosperidade tem muito mais a ver com desapego do que com dinheiro, temos que entender que só precisamos daquilo que nos traz a sobrevivência, quando nos apegamos a grandiosos valores econômicos, devemos lembrar que isso pode nos tornar escravos dessa necessidade, e sempre buscaremos mais e mais em um apego interminável, fazendo assim que soframos com nossa própria ganância.

    Devemos refletir também que o desapego deve ser colocado diante de outros fatos da vida, como por exemplo, em relacionamentos, nas idas e vindas da vida, perante a morte, pois aquele que realmente prega o desapego, não sofre intensamente, pois vive o presente, ele caminha com o tempo e o modo de vida real, sabendo seguir o fluxo da vida.

    Sabemos que a religião de Umbanda tem muito a nos oferecer, porém devemos ter olhos para ver essa verdadeira riqueza, olhos que vêem o os tesouros do espírito, e não só o material

    Tudo isso em relação ao desapego servirá, caso compreendido, para dar liberdade à pessoa, pois essa compreensão do desapego realmente vai nos tornar livres, livres para assumir as responsabilidades de tudo de bom para nós mesmos, levando tudo de mal que possa acontecer em sua vida a um entendimento muito melhor.

    Tudo isso pode parecer muito difícil, porém saber se utilizar bem do desapego é um maravilhoso passo para a auto-realização e a aproximação com a espiritualidade.

    Portanto vamos viver para termos o espírito em paz, vamos nos livrar dos excessos de apego aquilo que não nos leva a caminhos de liberdade espiritual, deixarmos de sermos apegados ao material, a matéria, a amores que já se foram, a pessoas que já cumpriram o tempo na terra nessa encarnação, frisando que se ficarmos apegados aos desencarnados, além de nós, estaremos atrasando a evolução de quem já partiu, e assim devemos entender que tudo que nos prende em nosso próprio egoísmo, certamente nos afasta de Deus.


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    Então vamos refletir profundamente nisso.

    Salve nossa Umbanda e salve o desapego!

Carlos de Ogum

 
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