quinta-feira, 30 de junho de 2016 68 comentários

História do Caboclo Rompe Mato

                 

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Salve o Caboclo, salve Seu Rompe Mato!

Okê Caboclo, Okê Arô Oxossi!

Seu Rompe Mato lá nas matas sem fronteiras,
Seu Rompe Mato tem Oxossi na cabeça,
eu vi Caboclo eu vi Xangô lá nas pedreiras,
com seu bodoque sete pedras são certeiras.

A sua força sua magia na Umbanda
traz a cura de Aruanda com a fé dos Orixás.

Okê Caboclo sua tesa é vermelha
nessas matas não cai folhas sem as ordens de Oxalá.

Pedi a ele para trazer mais alegria,
pedi a ele para tirar toda a agonia,
ele soprou sete vezes no meu peito,
Okê Caboclo salve as matas da Jurema.
Okê Caboclo nessas matas não se brinca,
Okê Caboclo Rompe Mato na aldeia,
Okê Caboclo suas ordens são supremas,
Okê Caboclo com Oxossi não bambeia.
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    Antes de qualquer coisa, gostaria de deixar esclarecido que o
Caboclo Rompe Mato não é o mesmo que Ogum Rompe Mato, apesar de ser um
Caboclo de Ogum, vindo a trabalho
pela Falange de Ogum Rompe Mato, o Caboclo Rompe Mato está sobre a
irradiação vibracional de Oxossi, e por esse motivo traz as cores
vermelho e verde, em suas guias ou algumas roupagens. Ele costuma se
apresentar austero e bem rigoroso, contudo é muito amoroso e
aconselhador.

    Ele se apresenta em trabalho nos terreiros de Umbanda trazendo a
paz, conselhos, boa conduta, saúde, tranquilidade, caridade a todos
que buscam auxílio mediante ao merecimento de cada um.

    A história que vamos relatar é do Caboclo Rompe Mato
pela Caridade vindo na irradiação de Oxossi dentro da Falange de Ogum
Rompe Mato.


    No final do século XVIII já entrando no século XIX, se criou uma
lenda na região Norte do Brasil, na qual se acreditava entre os homens
brancos que iniciavam o devastamento da floresta fechada, para
cultivar grandes roças e também extrair das seringueiras o látex para
a fabricação da borracha. Essa lenda se destinava a acreditar que
espíritos da floresta levavam as crianças brancas adoentadas para o
interior das matas, para que essas crianças tivessem a cura, caso isso
acontecesse eram devolvidas aos pais, caso não, eram sacrificadas.

    Contudo essa lenda não era bem assim, existia sim um teor de
verdade nessa história, porém não havia nenhum sacrifício em nome de
algo ou alguém da floresta.

    Tudo começou quando um pequeno índio bastante curioso começou a
rondar as terras onde os brancos fixaram moradia para introduzir as
grandes roças nas margens da floresta.

    Com a chegada desses homens brancos, também chegaram as doenças,
que logo se espalharam por entre os índios, dentre eles o pequeno
índio curioso.

    Seu corpo febril, sua pele ressecada, seus olhos inertes fizeram
com que seu pai, o Cacique da tribo, ficasse em desespero, pois não
entendia bem os fatos dos acontecimentos de seu pequeno filho.

    Rapidamente o cacique levou o garoto a oca do poderoso Pajé, com
esperanças de salvar a vida de seu menino.

    Chegando nas mãos do Pajé, e ao observar os males passados pelo
menino, o Pajé demonstrou uma grande preocupação, acreditando ser a
moléstia um castigo dos deuses da floresta ao pequeno índio, por ele
ter tido contato com homens brancos.

    O Pajé pega o menino aos braços, e parte para o interior mais
sombrio da floresta, onde poucas pessoas conheciam. Chegando lá,
juntamente com o cacique, ele, o Pajé, se põe a fazer sua dança
invocando as forças espirituais da floresta, para que assim tenha uma
resposta sobre aqueles males, que na sua visão eram feitiçarias.

    O cacique, bravo guerreiro, dominador dos perigos da floresta,
grande e respeitado por todos os índios de sua tribo, não podendo
fazer nada com sua força, no momento se sentia fraco, sua alma estava
triste em ver seu menino ali, inerte. E em um ato de humildade, o
cacique se pôs de joelhos, de braços abertos, olhar perdido, em busca
de uma resposta dos céu.

    Sua face, antes de um poderoso guerreiro, se transformava em um
rosto abatido, entristecido. E de seus olhos brotaram lágrimas,
lágrimas teimosas que sem pedir permissão rolavam em sua face, rolavam
de acordo com a dor que o poderoso cacique tinha na alma e no coração.

    Clamou desesperadamente aos deuses da floresta, clamou sem receio,
sem orgulho, apenas demonstrando o desespero de um pai desconsolado,
de um simples homem que sabia que estaria perdendo seu maior bem. Seu
filho.

    O Pajé se entranhou por entre as árvores, em mata fechada, em
busca de ervas, raízes, folhas, para tentar reverter a condição do
indiozinho.

    E nesse instante o cacique apanha o filho no colo, afaga sua
cabeça, chora copiosamente, lamenta a sua dor.

    E nessa hora de grande desespero, o guerreiro cacique sente um
leve toque em seu ombro. Acreditando ser o Pajé, olha para cima
rapidamente, se surpreendendo com a visão.

    De baixo para cima, o cacique contempla a imagem de um índio
desconhecido. De olhos grandes e serenos, sua face jovial, seu
sorriso amigo, trouxe uma certa sensação de paz ao cacique.

    Sua voz era forte, porém mansa, que num tom de sabedoria disse a
nosso pai desesperado:

    "Filho, seu desespero, sua fé e seu amor paternal me trouxeram até
aqui. Suas lágrimas verdadeiras me mostraram quanto amas seu filho, e
esse grandioso amor não ficará sem uma resposta do céu. Sou Oxossi,
meu reino é as matas, as mesmas matas que buscou abrigo para sanar
todo mal de seu menino.
    Poderei lhe ajudar, poderei mostrar como curar seu curumim, porém
você deverá mostrar a ele o bem, ensinar-lhe a fazer o bem, sem
escolher a quem fazer.

    Se ensinar-lhe de forma correta, esse menino será a luz da
floresta escura, se não o ensinar de maneira correta, ele se perderá
na escuridão e nos braços da morte eterna."

    Dizendo isso, a imagem de Oxossi, estende a mão ao cacique, que
deixa o corpo do menino sobre as folhagens estendidas ao chão. Se
levanta, e segue o Pai das Matas para o interior da mata. Lá o
poderoso médico das florestas mostra algumas ervas e raízes que deverão
serem levadas para fazer a maceração, e assim fazerem o remédio para
a cura, não só do pequeno Curumim, mas de todos que passavam pelo
mesmo mal.

    O cacique fez tudo que fora ensinado por Oxossi, e após fazer as
compressas, chás, e banhos, o menino reage, seu estado febril não mais
existe, seus olhos voltam a brilhar, sua vida de criança nasce
novamente.

    Com isso, quando menos se esperava o cacique se encontra só
novamente, o Pai das Matas se foi, deixando apenas a sensação de paz
em toda a floresta.

    O Pajé retorna, se surpreende ao ver o curumim brincando pelas
árvores gigantescas, e logo o cacique lhe conta o acontecido.

    Os três retornam para a aldeia, com uma grande quantidade das
ervas, raízes e tudo mais indicado pelo senhor da floresta, fazem todo
o trabalho aprendido, e todos que estavam com os males dos brancos se
recuperam.

    O cacique faz o prometido, ensina cada passo da cura a seu filho,
que presta atenção a cada detalhe, aprendendo todos os passos, e já
fazendo todo o tratamento sozinho.

    Os anos se passam, o curumim agora já é um belo e grande índio
guerreiro. Ele que tem a responsabilidade de ir em buscas das  ervas e
raízes indicadas por Oxossi, a cada necessidade. Como todas essas
ervas ficavam no interior extremamente fechado das florestas e matas,
o índio passou a ser conhecido como Rompe Mato, e assim se manteve em
busca de cura, não só para aquela moléstia principal, mas para todas
as moléstias que por ventura aparecessem.

    Em um certo período, já na época do grande estouro do ciclo da
borracha, uma grande quantidade de pessoas vinham da região Nordeste
do Brasil para a região Norte em busca das seringueiras e do látex.
Com isso a disseminação de doenças se expandiram extremamente, não só
entre os índios, mas também entre os brancos, principalmente nas
crianças.

    Com a guerra da ganância dos seringueiros, os índios foram
afastados, sendo expulsos, e obrigados a viverem no fundo da floresta,
locais de matas muito fechadas, onde os seringueiros não se arriscavam
em entrar.

    As doenças continuavam a matar as crianças, filhos de
seringueiros. Sem piedade, dezenas delas eram tomadas pelos braços
malignos da morte, sem que ninguém pudesse fazer nada.

    Certa noite, longe da aldeia, bem próximo da região tomada pelos
homens brancos, o índio Rompe Mato observa uma mulher, com uma
criança no colo. Essa mulher chorava desesperadamente, pois sua filha
estava a beira da morte. Uma menina de uns 3 a 4 anos, inerte, febril,
sem chances de vencer a guerra contra a moléstia, se encontrava
envolvida em um pano branco, demonstrando que já a preparavam para seu
sepultamento, logo após o desencarne.

    A mulher chorava, solitária, frágil, desolada. Cansada de tanto
sofrimento, a mulher adormece, sem notar que estava sendo observada
pelo índio Rompe Mato. Esse foi até ela, com seus passos leves, sua
agilidade e sua vontade de poder curar aquela criança, e numa ação
rápida pegou a menina e a levou para o interior mais inacessível da
mata. E lá com a ajuda das ervas e raízes de Pai Oxossi, curou a
menina de sua moléstia.

    Ao acordar e não ver a menina, a mulher que antes desesperada,
fica enlouquecida, sai gritando em busca de ajuda, para que
trouxessem a sua filha de volta.

    Alguns seringueiros, armados com seus facões, saíram em busca da
menina, porém sem o menor resultado positivo. Ao retornarem as suas
choupanas, a conversa virou apenas um só tema: "Espíritos da floresta
levaram a menina".

    Enquanto seringueiros debatiam o fato, o índio Rompe Mato,
aproveitando a oportunidade, leva a menina curada de volta, deixando-a
muito próxima da choupana de sua mãe, que logo encontra a criança.

    Ao indagar a pequena sobre o que tinha acontecido, todos os
moradores da aldeia dos seringueiros, ficaram perplexos com os relatos
da menina, dizendo ela que ela só lembrava de um lugar lindo, de um
anjo vestido de índio, que voava pelas árvores, que deu a ela um
remédio um pouquinho amargo, mas que ela se sentia bem em tomar. E o
remédio fez com que ela ficasse forte, e então o anjo trouxe ela de
volta pra casa.

    A partir dali todos acreditaram que o anjo era um espírito da
floresta, que com sua bondade curava as crianças, e mandava o chá
sagrado aos adultos.

    Muitas mães deixavam seus filhos sobre a mesma pedra na qual Rompe
Mato pegou a menina, para que assim ele levasse outras crianças
também, e as curassem. E assim ele fazia. constantemente.

    O tempo passou, Senhor Rompe Mato continuava com sua missão de
cura, crianças, adultos, homens e mulheres da aldeia dos seringueiros
eram curados pelas mãos e a fé do índio. Que mesmo vendo seu povo ser
expulso das terras que nascera, ele não se deixava enfurecer, não
deixava o ódio tomar conta de sua alma, e peregrinava, dia e noite na
busca das ervas e raízes para salvar todo aquele povo dos males.

    Porém certa noite quando o índio ia para a aldeia em busca de
auxiliar mais um grupo de adoentados, fora capturado pelo chefe dos
seringueiros e seu bando, sendo colocado amarrado, e em uma intensa
tortura física e moral. Sem saberem que era ele o autor das curas
feitas, nas caladas noites sombrias, a intensidade do açoite se
estendeu por dias, e a pretensão dos seringueiros era saber sobre
outras riquezas daquela região, além do látex.

    E assim se passaram dias e dias de intensa covardia sobre o nosso
amado Rompe Mato, até que aconteceu o inesperado, a filha do chefe dos
seringueiros contraiu a moléstia devastadora.

    Ele, o chefe dos seringueiros, acreditando que a cura viria do
espírito das matas, levou a menina ao local onde o índio Rompe Mato
sempre buscava as crianças para tratamento. Porém por estar ele, o
índio, preso nas garras perversas dos gananciosos seringueiros, não
tinha como levar a cura a pequena menina adoentada.

    Se passaram duas noites e era visível a piora da menina, e visível
também era o desespero de sua mãe, que clamava ao marido que buscasse
orientação com o índio que se encontrava preso pelos seringueiros,
pois sendo ele da região, talvez soubesse algo sobre o "espírito das
matas" que curava tantas pessoas.

    O chefe dos seringueiros, não tendo mais esperanças, e nem mais o
que fazer foi até o índio torturado, e num gesto de prepotência e
ódio, ordenou a ele que dissesse tudo que sabia sobre o tal curador
das matas. Rompe Mato sem entender muito bem o que era falado, clamou
ao chefe dos seringueiros que ele o explicasse melhor sobre que
espírito das matas ele se referia, sem saber que ele próprio era visto
assim por aquele povo.

    Ao ser explicado melhor sobre os fatos acontecidos, Rompe Mato
entende que era sobre as curas feitas por ele que era falado, e em sua
inocência e cultivador da caridade, ele se expressa dizendo que era
ele próprio que levava as crianças até certo ponto da floresta e as
curava com ervas e raízes que colhia após serem abençoadas pelo Pai
das Matas, o grande rei Oxossi.

    O seringueiro chefe fica irradiando ódio pelos olhos com a
resposta, pois acreditava que o índio estava mentindo, e estaria
usando do fato da doença de sua filha para sair da situação que se
encontrava.

    No instante seguinte,sem refletir sobre a situação, o chefe crava
um punhal de aço no peito do índio, que cai inerte nos braços da mãe
terra.

    Os olhos do índio se cerraram, sua respiração se finda, seu
coração, que já não batia mais dentro do peito, despejava lágrimas de
sangue. Ele estava desencarnado.

    Do alto de uma imensa árvore sai a imagem de Oxossi, que plaina
junto ao corpo inerte de Rompe Mato, diante dos olhos de todos.

    E dessa imagem sai uma voz forte, porém serena, dizendo aos
seringueiros que aquele índio era o caminho para a cura de todos que
ali se encontravam, porém a ganância, a prepotência, a falta de
humildade e o ódio, dissiparam todas as esperanças que poderiam ter
naquela região.

    Dizendo isso Oxossi estende a mão, e em sua direção o espírito do
índio se apresenta, não mais com os sinais de tortura que havia
passado, mas como um poderoso guerreiro das matas, que além de ser
abençoado pela proteção de Oxossi, tinha a grandiosa proteção de Ogum,
o senhor das guerras. E essa proteção ia ser usada para retirar das
matas todo aquele ódio deixado pelos seringueiros gananciosos.

    Nesse instante apareceu do lado de Oxossi e de Rompe Mato a imagem
onipotente de Ogum, demonstrando toda a força contida naqueles seres
para lutarem contra o mal.

    Os três partiram para o interior inexplorável da mãe floresta, e
lá Oxossi e Ogum entregaram o índio Rompe Matos aos cuidados da
sagrada e bela Cabocla Jurema, que encaminharia o índio as terras do
Juremá, para que assim esse pudesse ser coroado mais um rei das matas
e poder trabalhar em prol da caridade na linha espiritual da Umbanda.

    A partir desse acontecimento muitas crianças daquela região
tiveram a moléstia, e para desespero de todos os pais a cura não mais
acontecia. Várias delas desencarnaram, inclusive a filha do
seringueiro chefe, que passou a ser odiado por todos seus seguidores,
pois entenderam que ele fora o culpado do desencarne do índio Rompe
Mato, sendo assim não havendo esperanças de cura para ninguém daquela
região, principalmente as crianças.

    O índio passou a ser conhecido como Caboclo Rompe Mato, e era ele
que protegia o espírito de cada criança que desencarnava com a
moléstia pecaminosa, e assim se cria a lenda de que o Caboclo Rompe
Mato é o cuidador e protetor de todas as crianças. E dizem que a cada
manifestação desse Caboclo nos Terreiros de Umbanda, ele vem em
companhia de vários Erês, que mesmo sem se manifestarem em
incorporação, estão dentro do Terreiro para a proteção de todos.

    Que o Caboclo Rompe Mato nos proteja, proteja nossa família e
nossas crianças.

    Salve todos os Caboclos!

    Salve a Cabocla Jurema!

    Patacori Ogum!

    Okê Arô Oxossi!

    Okê Seu Rompe Mato.



Carlos de Ogum

segunda-feira, 20 de junho de 2016 91 comentários

Conhecendo o Mestre Exú Tiriri

                 


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Laroiê Seu Tiriri, Seu Tiriri é Mojubá!

É meia noite em ponto o galo cantou,
cantou para anunciar que Tiriri chegou.

Ele vem da Calunga de capa e cartola e tridente na mão,
esse Exú de fé é quem nos traz axé e nos dá proteção.

Ele é Exú Odara,
e vem nos ajudar,
com seu punhal ele fura,
ele corta demanda, ele salva, ele cura,
Exú é Mojubá, Laroiê.

Laroiê Exú, Exú é Mojubá.
Eu perguntei a ele o que é Exú ele veio me falar, Laroiê Exú.

Exú é caminho, é energia, é vida, é determinação,
é cumpridor da lei, Exú é esperto, Exú é guardião.

Exú é trabalho, é alegria, é veloz, Exú é viver.
É a magia, é o encanto, é o fogo, é o sangue na veia vibrando, Exú é
prazer. Laroiê.

Laroiê Exú, Exú é Mojubá.

Traz sua Falange Exú Tiriri para trabalhar, Laroiê Exú.

Vem seu Tranca Ruas, Maria Padilha e Exú Marabô,
Sete Encruzilhadas, seu Zé Pilintra aqui chegou.
Maria Mulambo, Maria Farrapo e dona Figueira,
dona Sete Saias, Pombo Gira Menina e Rosa Vermelha.
Sete Catacumbas, Exú Caveira firmou ponto aqui.
E o Exú Capa Preta anunciou a festa do Exú Tiriri.

É meia noite em ponto...
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    Muitos de nós umbandistas já ouvimos falar do Senhor Exú Tiriri,
raramente em um terreiro de Umbanda tenha alguém que não conhece essa
maravilhosa Entidade de Luz que trabalha em prol da caridade em nome
de Deus, para auxiliar aos necessitados.

    Senhor Tiriri é um Exú de lei, que trabalha na linha da esquerda,
lutando contra espíritos sem luz como Kiumbas, Eguns e Zombeteiros, os
levando para longe dos consulentes necessitados, para que assim as
Entidades da linha da direita possam fazer seus trabalhos de abertura
de caminhos, limpezas, descarregos, tratamento da saúde física e
mental nas pessoas que vão a terreiros de Umbanda para sanar esses
problemas.

    Sendo assim vemos como é a importância de senhor Tiriri e de toda
a linha da esquerda (Exús e Pombo Giras).

    Senhor Tiriri trabalha na vibração de Ogum, portanto sua vibração
original é da vitalização da irradiação da lei e da ordem, ou seja,
ele é um dos Exús que combatem de frente, e comanda uma legião de
Exús nos trabalhos contra os espíritos obsessores.

    Frisando também que além de ser chefe de legião de Exús
combatentes do mal, Senhor Tiriri também atua nas Sete Irradiações
divinas, assim como atuam a legião dos Setes, ou seja Sete Catacumbas,
Sete Caveiras, Sete Encruzilhadas, Sete Porteiras, Sete Tronqueiras,
Sete Covas, Sete Cruzes, etc.

    Sendo assim ele também, como a legião dos Setes, atua vitalizando
a ordem e a retidão nos sete sentidos da vida.

    O nosso amado guardião Tiriri tem como principal missão ser um
cuidador, e atuam principalmente nas vibrações dos verbos função,
quebrador, devolvedor e retornador, assim como em grande parte dos
fatos e casos, são magníficos especialistas em demandas e quebra de
magias negras.

    Por trabalhar e atuar na esquerda da lei, atua também abrindo os
caminhos daqueles que são merecedores dessas bençãos e dádivas.

    Exú Tiriri trabalha para auxiliar as necessidades de pessoas que
estejam enfeitiçadas, obsediadas, atuando nos consulentes, buscando
ordenar seus negativismos, abrindo os caminhos e quebrando todo tipo
de demanda, isso quando permitido pela lei de Deus, e algumas vezes,
dependendo do tipo de magia negra que seja retirado do consulente,
Senhor Tiriri devolve a quem ordenou aquele tipo de magia.

    Senhor Tiriri não se apresenta constantemente, e quando se
apresenta é porque a lei do Pai Maior já determinou o fim de uma ação
negativa, dando a responsabilidade ao Exú Tiriri de retirar e fazer o
possível e o impossível para que essa ação não mais prejudique o
consulente.


    O Exú Tiriri tem grandiosa força para despachar trabalhos, cargas
negativas, mazelas e feitiçarias nas encruzilhadas, nas matas e também
nos rios. Tem um modo de ser nobre, forte, com ar superior, como um
grandioso poder de chefiar sua legião. Normalmente Senhor Tiriri gosta
das vestes na cor em preto, tem uma capa preta por fora e vermelha por
dentro, podendo trazer nas mãos ou um bastão, ou uma bengala, ou um
tridente nas cores preto e vermelho, dependendo da irradiação que
chegue, e qual o tipo de trabalho que vai fazer.

    Senhor Tiriri é um Exú de pouca conversa, tem um ar soberano e
muito sedutor. Diz a lenda que se um consulente olhar diretamente aos
olhos desse Exú, independente de ser homem, mulher ou criança, ficarão
encantados, podendo ter sentimentos diferenciados, como idolatração,
carinho extremo, medo, felicidade, etc. Podendo até mesmo hipnotizar
algumas pessoas, principalmente crianças e mulheres.


    Dentro da religião de Umbanda temos várias Entidades de Luz que
levam o nome de Exú Tiriri, modificando apenas a irradiação ou a
linha, porém todas essas Entidades trabalham da mesma forma, para e
pela  caridade em nome de Deus e dos Orixás.

    Abaixo descrevemos algumas dessas Entidades frisando sua linha.

Senhor Tiriri das Encruzilhadas.
Senhor Tiriri das Matas.
Senhor Tiriri Menino.
Senhor Tiriri da Calunga Pequena.
Senhor Tiriri das Almas.
Senhor Tiriri da Figueira.
Senhor Tiriri do Cruzeiro.
Senhor Tiriri da Meia Noite.

    Temos algumas Entidades dessa legião que ao final do nome se
utilizam da nomenclatura em africano, para que assim possam
especificar o tipo de Falange que comanda sua caminhada para
desempenhar seu trabalho de caridade, assim como descrevemos abaixo.

Senhor Tiriri Bará.
Senhor Tiriri Apavená.
Senhor Tiriri Apanadá.
Senhor Tiriri Lonã.

    Frisando que esses estão na linha de comando de Senhor Tiriri da
Calunga.

    Gostaria de frisar outra coisa importante, Exú Tiriri tem uma
ligação extremamente forte com Exú Mirim, que é o lado negativo de
São Cosme e São Damião (lado negativo não quer dizer lado ruim, apenas
falamos de polaridades espirituais).

    Para entendimento Senhor Tiriri é o polo negativo do Orixá Ibeiji,
ou seja, o Orixá que rege os Erês, Ibeijadas ou as ditas crianças de
Umbanda.

    O Exú Tiriri é o responsável e tutor de todos os Exús Mirins que
tem a permissão de se apresentar em terreiros como Entidade
incorporada a Médiuns preparados para tal função. Dentre vários Exús
Mirins, podemos dar os exemplos de seu Brasinha, Caveirinha, Veludinho
da Meia Noite, Exú do Lodo, Exú Lalu, Calunguinha, Toquinho e tantos
outros que trabalham nessa Falange.

    O Exú Tiriri é considerado o senhor da vidência, ou aquele que vê
mais além, por esse motivo ele é extremamente invocado na hora de
serem jogados os sagrados Búzios, tanto na Umbanda quanto no
Candomblé.


    Abaixo vamos frisar algumas características, porém é apenas para
uma breve ilustração, pois isso vai de cada regra de casa a casa, e de
médium para médium, dependendo do preparo e desenvolvimento mediúnico
feito. Ou seja, um médium que apenas esteja recebendo uma pequena
vibração da Entidade, que não esteja com uma incorporação 100%, não
deve-se sugestionar e desejar bebidas alcoólicas ou fumo, pois as
Entidades de Luz não utilizam desses artefatos por prazer, e sim como
materiais para desobsessão, descarrego, limpezas em geral, verificação
de algum espírito sem luz junto ao consulente. Por esse motivo um
médium não preparado não deve abusar de certas coisas que são
exclusivas para o trabalho das Entidades de Luz.

    No caso de Senhor Tiriri ele se utiliza de bebidas fortes, aprecia
em seus trabalhos whisky ou qualquer bebida de boa qualidade.

    Para algumas limpezas de consulentes e ambientes ele se utiliza de
charutos, que ao fumá-los e jogar a fumaça no ar está limpando tudo e
todos que necessitem.

    Como já foi dito a roupagem de Senhor Tiriri é normalmente capa na
cor preto por fora e vermelho por dentro, ele aprecia um chapéu de
abas não muito largas, na cor em preto, traz nas mãos o bastão, ou
bengala, ou tridente. frisando que o bastão só é permitido aos Exús
que são chefes de uma legião de linha da esquerda.

    O poder de Senhor Tiriri corresponde sobre trabalhos ajudando na
solidão, esperança, planejamento, meditação e saúde.

    Abaixo anexamos uma bela prece ao grandioso Exú Tiriri.

Prece a Exú Tiriri. (todas as linhas)

    Senhor Exú Tiriri.
Tu que emanas o poder sétuplo de Deus.
Tu que tens o poder de abrir os caminhos, de guardar as encruzilhadas,
que domina o poder devolvedor, retornador e quebrador.
,,,,
Pedimos vossas bênçãos em nossas vidas.
Quebre as demandas de nossos egos, de nossos pensamentos e sentimentos
negativos.
Devolva-nos a alegria, a força, a vitalidade, a ordem e a Lei.
Devolva-nos a prosperidade, a saúde e a paz de espírito.
Que segundo nosso merecimento e necessidades possa nos fazer retornar
tudo o que nos foi retirado pela maldade de outros ou pela nossa
própria incapacidade.

Permita-nos receber vossa força para o trabalho, vitaliza nossa saúde
e proteja-nos dos ataques negativos.

Cubra-nos com vossa capa protetora vermelha e negra.
Coloque vossa lança tripolar, vosso tridente encantado para nossa
proteção.
Laroiê Senhor Exú Tiriri!

    Podemos fazer essa oração em agradecimento a Senhor Exú Tiriri
oferecendo-lhe uma vela na cor preto, ou traçada na cor vermelho e
preto, acendendo em uma mata, um jardim, ou na beira de um rio.


    Salve Exú Tiriri!

    Senhor Tiriri é Mojubá!


Carlos de Ogum

sexta-feira, 10 de junho de 2016 93 comentários

CONHECENDO A LINHA DOS CAVEIRAS.



 

 Conhecendo a Linha dos Caveiras.

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Ê, Caveira, firma seu ponto na folha da bananeira, Exú Caveira!

Quando o galo canta é madrugada, Foi Exú na encruzilhada, batizado com
dendê.

Rezo uma oração de traz pra frente, Eu queimo fogo e a chama
ardente aquece Exú , Ô Laroiê.

Eu ouço a gargalhada do Exú, É Caveira, o enviado de Pai Oxalá.

É ele quem comanda o cemitério, Catacumba tem mistério, seu feitiço
tem axé. Ê Caveira!

Ê, Caveira, afirma ponto na folha da bananeira, Exú Caveira!

Na Calunga, quando ele aparece, Credo em cruz, eu rezo prece pra Exú,
dono da rua. Sinto a força deste momento, E firmo o meu pensamento nos
quatro cantos da rua. E peço a ele que me proteja, Onde quer que eu
esteja ao longo desta caminhada. Confio em sua ajuda verdadeira, Ele é
Exú Caveira, Senhor das Encruzilhadas. Ê Caveira !

Ê, Caveira, afirma ponto na folha da bananeira, Exú Caveira!
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    Muitas pessoas não compreendem bem a linha dos Caveiras, talvez
pela extensa falta de informações, talvez pelo nome, talvez por
colocarem essa linha em algo sobrenatural, enfim, por vários motivos e
razões as pessoas, inclusive muitos umbandistas temem, evitam, e não
compreendem o trabalho de caridade dessas Entidades de Luz, conhecida
como Exús da linha de Caveira.

    Mas ao entendermos essa linha de trabalho, podemos notar que essas
Entidades sofrem uma grande demonstração de intolerância por parte de
muitos seres humanos, que tem uma mente vazia, sem informações
adequadas e verdadeiras, levando essas pessoas a temerem, não
aceitarem, e se afastarem dessas Entidades maravilhosas e sublimes,
que trabalham em prol da caridade em centenas e centenas de terreiros
espalhados por todo canto.

    O receio por essas Entidades nada mais é que a ignorância de
julgarmos algo ou alguém pela aparência, de não tentarmos entender o
porque das coisas, de não nos deixarmos refletir sobre a vida e os
caminhos tomados para chegar em certas situações.

    Para iniciarmos esse texto, gostaria de frisar muito bem um
detalhe, todas as Entidades de Luz, que levam o nome de Caveira, sejam
elas da linha masculina ou feminina, lutaram com muita dedicação,
honestidade, amor e fé pelas causas de Deus. Tomaram para si a missão
de demonstrar aos seus seguidores as palavras de esperança e fé
enviadas por Deus (Zambi), por Jesus Cristo (Oxalá), e por todos que
pregavam a paz, o amor e esperança.

    Contudo essas maravilhosas Entidades, que quando na vida terrena,
poderíamos chamá-las de Profetas e Profetisas , tinham um inimigo em
comum, independente da região que elas pregavam os caminhos para a luz
e a esperanças das pessoas que buscavam novos caminhos, esses inimigos
eram os grandes imperadores, que reinavam com mão de ferro, e não
aceitavam que nenhuma pessoa, chamadas de pessoas comuns, escravos,
ralé, entre outros sinônimos dados aos menos favorecidos, tentassem
demonstrar alguma coisa diferente as leis sangrentas desses
imperadores insaciáveis pelo poder.

    Certamente quando aparecia alguém que colocava sua fé e suas
esperanças acima das leis desses imperadores, a sentença era uma só, a
morte.


    Voltando agora a nosso tema, a linha dos Caveiras, vamos deixar
claro, que todos dessa linha, sem exceção, eram distribuidores das
graças e das palavras de Deus, cada um deles  com sua própria
história, dentro de seu tempo, de sua região, lutando contra leis
injustas e sangrentas, e claro, cada qual sendo perseguido por seu
algoz, sendo eles imperadores, governadores, senadores, enfim, aquele
que dominava a região, normalmente pela força, escravizando povos e
povos, pelo simples fato de se sentirem os mais poderosos deuses da
face da terra.

    Muitos que hoje se encontram em trabalho de caridade no reino
espiritual e dentro da linha dos Caveiras, foram tomados como "falsos
profetas", e com isso perseguidos intensamente por esses ditos
poderosos.

    Todos esses perseguidos, quando capturados, tinha um julgamento
feito em praça pública, diante de todo o povoado, e nesse julgamento,
coordenado pelo poder maior da região, eram dado duas opções ao réu,
entre as opções estaria a de dizer diante de todos que não existia um
Deus, que o poder divino eram de deuses, e esses deuses eram os
senhores do Império. e claro que assim os poderosos cresciam diante de
todo povo como únicos soberanos, no qual apenas suas leis eram
válidas, destituindo a ideia de um Deus único que era Pai Supremo de
toda a terra.

    A outra opção era não renegar o Deus único, mostrar que dentro do
ser de cada um existia sim uma força poderosa, a fé, a verdadeira fé
que levaria cada um aos braços desse senhor único. Mas, ao escolherem
essa opção, todos sabiam que uma sentença cruel era dada sem a menor
chance ao condenado, o pregador da fé, era considerado como
feiticeiro, que era adepto a bruxarias, e deveria ser queimado vivo na
fogueira em praça pública, para assim servir de exemplo a toda a
população.

    Todos da linha dos Caveiras, jamais renegaram o nome de Deus,
entregaram suas vidas, sendo queimados nas brasas ardentes, mas sempre
elevando sua fé em nome do Pai Supremo.

    Fogueiras eram armadas nas praças, no centro delas um mastro, tipo
um tronco de torturas de escravos. Profetas e Profetisas eram
amarrados nesse tronco, diante deles um algoz carrasco aguardava as
ordens finais dos imperadores sanguinários, que antes de mandar
executar o condenado queimando-os vivos, ainda faziam a última
pergunta aos réus, para demonstrar além do poder sobre tudo e todos,
mostrar ao povo mais carente que não devem abraçar causas do Deus
único, pois para esses imperadores só existiam os deuses do Império,
ou seja eles mesmos.

    Antes da execução da pena, gritavam em alto e bom som se o
condenado desejava renegar as suas crenças, e obedecerem aos deuses do
Império, mas mesmo tendo a certeza de uma morte dolorida e de extrema
covardia, nossos queridos Profetas e Profetisas renegavam com
veemência os imperadores que se julgavam deuses.

    Com isso a sentença era imposta, e nossos herois da fé eram
queimados vivos, tendo suas carnes se desprenderem de seu esqueleto,
fazendo assim com que ao serem retirados dali, seus rostos, mãos, pés
e todo o corpo pudessem transparecer apenas os ossos, com algum sinal
da carne dilacerada.

    Todos esses condenados, que não renegaram sua fé, que antes
lutavam contra os imperadores para trazer as seus seguidores uma vida
sem humilhações, sem fome, sem escravidão, foram abraçados pelo Deus
único, que os abençoaram com a divindade de voltarem aos trabalhos de
caridade aos menos favorecidos, e essa volta a caridade foi feita com
a irradiação espiritual da linha abençoada, chamada da linha dos
Caveiras.

    Esses trabalhadores dessa linha de fé, com seu grandioso poder de
humildade e fé, fizeram um pedido a Zambi, que viessem aos trabalhos
de caridade com a aparência de sua última passagem na vida terrena, no
instante de seus desencarnes, para que assim demonstrassem a
intolerância e a covardia que sofreram enquantos encarnados, por
parte dos imperadores da época, para que assim não fosse esquecido
toda aquela arrogância e maldade, e assim não deixar crescer
novamente a ideia de deuses do império, julgando, condenando e
assassinando aqueles que só tinham no coração a bondade, a
distribuição da esperança, a elevação da fé e o amor e dedicação ao
Deus Único.

    Por esse motivo é que essa linha de luz leva o nome de Linha dos
Caveiras, e todos que nela trabalham levando a fé, amor e esperança,
tem a aparência de um esqueleto. Portanto não tem nada a ver com
que muita gente sem informação prega, dizendo que quem trabalha com
essa linha, trabalha ao lado do mal, trabalha a favor da morte,
trabalha para feitiçarias ou bruxarias. Essa linha trabalha
exclusivamente para e pela caridade em nome de Zambi (Deus) e de todos
os Orixás.

    Como foi dito acima cada Entidade de Luz dessa linha, tem sua
história no tempo de encarnado, assim como todas as Entidades
trabalhadoras. Dentro dessa linha temos alquimistas, generais, padres,
condes e muitas pessoas do povo, que se entregaram a sua fé e lutaram
para mostrar a todos um Deus benevolente, amável e caridoso,
extremamente diferente dos deuses do império.

    Abaixo relacionamos alguns trabalhadores dessa linha para
entendimento e esclarecimento.

Exú Caveira: Foi um padre no século VII. Deixou o sacerdotismo no
catolicismo por não entender o domínio dos Imperadores sobre a igreja,
mesmo a igreja pregando o nome de Deus, se curvavam aos deuses do
império. Assim partiu pregando o Deus único ao povo europeu, e foi
condenado a morrer na fogueira no ano de 897 DC.

Tatá Caveira: Foi um agricultor e pastor de cabras e ovelhas na região
do Egito, durante o século V. Tinha a ideia de pregar o amor do Deus
único a todo o povo da região. Por esse motivo a aldeia onde ele vivia
foi invadida pelos soldados do império, muitos foram mortos e dezenas
aprisionados. Dentre esses aprisionados, se encontrava Tatá Caveira,
que nessa época tinha o nome de Próculo, em homenagem a um conhecido
chefe da guarda romana, junto a ele foram presos também mais 49
seguidores da crença em um único Deus, todos julgados, condenados e
queimados na cruel fogueira da intolerância. E assim foi dada a origem
de senhor Tatá e sua legião de 49 Exús da linha de Caveira.

João Caveira: Foi um fiel conselheiro de um senhor feudal na idade
média. Em um certo período, tendo ele que dar uma opinião em um caso
muito complicado no feudo, devendo ele dar um parecer para que fosse
decidido a questão, sendo esse fato algo que se fosse favorável,
de uma forma, agradaria a todos os senhores, e de outra forma ajudaria
a todos os desafortunados da região, fazendo assim a justiça acontecer
naquela região sobressaltada de injustiças. Porém ao escolher o lado
dos desafortunados, fez nascer a ira dos senhores feudais, que após
algum tempo de uma caçada implacável, foi capturado, julgado e
condenado a fogueira.

Rosa Caveira: Viveu encarnada por volta do século XXXIV, sendo ela
esposa de um renomado Senador Romano, que se utilizava do poder que
tinha para demonstrar força e prepotência sobre o povo judeu, que fora
escravizados pelo império. Rosa Caveira, que na época era conhecida
como Rosa Postumio, não compartilhava com as ideias assassinas dos
nobres daquela região. Tinha no coração a bondade, a humildade, o amor
pelo semelhante, coisa que era heresia nesse tempo. Foi vista pelos
servos e escravos como uma benfeitora, uma verdadeira heroína. Ficou
reconhecida por auxiliar, lutar e cuidar dos escravos. Com isso o
grande império, determinou que ela fosse presa, contudo com o renome
de seu esposo Senador, conseguiu a liberdade, com a promessa de que se
tentasse novamente auxiliar os menos favorecidos, seria condenada a
morte. Ela não obedecendo, retornou a caridade, e assim, foi presa,
julgada e condenada a fogueira, e seu esposo preso.

Doutor Caveira ou Sete Caveiras: Viveu entre os Gauleses pelos meados
do ano 700 A.C, e tinha já nessa época o dom de curar enfermos. Porém
era mantido em cárcere pelo império, sendo ele obrigado a só utilizar
seus dons em nobres, em guerreiros, ou em quem fosse autorizado pelo
império, que lamentavelmente não era nas pessoas menos afortunadas.
Quando Sete Caveiras conseguiu se desvincular de seu cárcere, fugindo
para as pequenas cidadelas da região, pôs em prática seus dons de cura
em favor dos adoentados desafortunados. Porém ao saber desses feitos,
os senhores do império mandaram vasculhar toda a região, trazendo o
Doutor Caveira capturado, e sem mesmo ser julgado, foi levado a
fogueira.

    Temos vários outros casos e histórias de diversos trabalhadores
pela caridade nessa linha dos Caveiras, mas deixaremos apenas esses
como ilustração.

    Finalizando gostaria de frisar que essas Entidades maravilhosas de
Luz, impõe um certo receio em algumas pessoas, mas a verdade é que
esses grandes trabalhadores da seara do Pai, são Exús incompreendidos,
pois sua aparência não representa a morte, mas sim a essência de todos
nós seres humanos, pois sabemos que todos temos uma caveira dentro de
nós. E essa simbolização representa que devemos nos livrar das coisas
mundanas, e vivermos apenas pela nossa essência.


    Salve nossa maravilhosa linha dos Caveiras!

    Salve todos os Exús e Pombo Giras da Linha dos Caveiras!

    Laroiê!!!

Carlos de Ogum.



 
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